Monday, November 2, 2009

Dias úteis



Este sinal deixou-me confusa: será que no Porto se considera o Sábado um dia útil? Bem, será um dia útil para muita coisa, sim senhora, mas acho que segundo essa ordem de coisas também teria de se contemplar o Domingo no aviso...

Se alguém conseguir entender esta "excepção", agradeço que me elucidem.

Elogio?



Embora não conhecendo o trabalho da senhora em questão, eu cá não gostaria de ser recordada como "mestre das sirigaitas"...

Sirigaita (s. f.)
1. Ornit. Pássaro semelhante à carriça.
2. Fig. Mulher ou rapariga ladina, espevitada.
3. Mulher magra e pretensiosa que toda se saracoteia.
Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

Saturday, October 31, 2009

Aqui se vende de tudo um pouco



Em tempo de crise, até o coração se vende... Com tanta gente que parece não o ter, se calhar era um negócio a considerar.

Wednesday, October 28, 2009

Onde está o verbo?

Conversa entre professora e aluno do 6º ano enquanto a primeira tentava fazê-lo perceber onde está o verbo na frase «Is your mum friendly?»:

Professora: Vamos traduzir para Português para ser mais fácil. Já sabemos que se trata de uma pergunta e que o que se quer saber é se a mãe da pessoa com que se está a falar é simpática/amigável. Então, faz-me a pergunta a mim.
Aluno: A tua mãe é simpática?
Professora: Muito bem. Agora consegues dizer qual é verbo da frase?
Aluno: É o verbo «ter».
Professora (espantada): Ter? Mas perguntaste se a minha mãe «era» simpática.
Aluno: Então?! Mas se é a «tua» mãe, o verbo é «ter».

Oh, a paciência é uma virtude tão grande...

Sunday, October 25, 2009

I can do this!

Andava eu a passear alegremente por sites com maior ou menor interesse, quando me deparei com um e-book que aparentemente visa ajudar a aprender Inglês. O dito livro intitula-se "As 365 palavras mais comuns da língua Inglesa" e é editado por Charlles Nunes. Nele é apresentada uma lista das palvras mais comuns na língua Inglesa, com exemplos e tradução em Português.
Nesta lista chamou-me a atenção o facto de o primeiro nome a aparecer ser "word"/"palavra", no meio de preposições, pronomes, verbos auxiliares e demais categorias gramaticais.
A ideia do livro não me parece má de todo. Já os objectivos a que se propõe não me parecem muito convincentes. Vejamos algumas das "alegações":
«O que ocorrerá será um aprendizado natural por exposição contínua a um universo vocabular seleccionado de maneira lógica» - esqueceu-se de mencionar foi a suposta lógica...
«Com pouco mais de 100 palavras você já conseguirá compreender o sentido de uma boa parte dos textos que circulam na Internet. Quando souber mais de 300, poderá se comunicar escrevendo em inglês.» - Ora bem, eu concordo que na internet encontramos muitas vezes textos realmente pobres do ponto de vista linguístico, mas daí a conseguirmos ler e perceber o "sentido" de boa parte dos textos on-line com cerca de 100 palavras? Só nesta última frase utilizei 36 (salvo erro de contagem) palavras diferentes e todas elas "comuns". Já a frase que dá nome a este post, essa sim, pode ser lida e quem sabe compreendida, uma vez que aquelas 4 palavrinhas estão incluídas na lista.
Concluindo, a mim não me parece que o conhecimento de uma centena de palavras numa língua estrangeira me permita identificar, na prática, mais de 4 ou 5 palavras por frase (nomeadamente preposições e pronomes), o que de maneira alguma me facilita a apreensão do "sentido" da mesma.

Será que alguém resolveria apreender uma língua estrangeira com este método?

Se é pastor e tem gado manco ou coixo...



No comments.
Ok, talvez um, pode ter-se "gado manco ou coixo" sem ser nas patas?!

Thursday, October 22, 2009

Os belos transportes...

Na típica e muito agradável aldeia de Monsaraz, em pleno Alentejo, só se deixam passar "belos transportes" para dentro das muralhas do castelo. Acho muito bem que se preocupem com a sua aparência e que não deixem uns quaisquer automóveis feios e desleixados manchar a sua reputação.

O fim da Caridade

Infelizmente já tinha notado que as pessoas andavam muito pouco solidárias umas com as outras. Mas parece que alguém já anunciou mesmo o fim da Caridade.

Fumódromo















Ora aqui está um bonito neologismo.
O que me preocupa é que tenham utilizado, segundo a «Nova Gramática do Português Contemporâneo» de Cunha e Cintra, um radical de origem grega que significa "lugar para correr".
Será que agora construímos espaços próprios à competição de fumadores? E qual será o prémio que ganham? Um belo cancro no pulmão?

Só por curiosidade, este "Fumódromo" fica em Chaves, tal como o "Buvette". Nota-se que esta é uma cidade bastante empenhada na evolução da língua Portuguesa...

Buvette















Ora que palavra tão chique...
Até admira que seja usada num "buvette" termal em Chaves e não num qualquer SPA em Cascais.

Produtos tipicamente Portugueses... do Brasil


Nesta frutaria, em plena Lisboa, um estrangeiro irá certamente comprar a frutinha tropical tipicamente Lusa. Bom apetite!

Wednesday, August 19, 2009

Vila do Conde


Aparentemente, em Vila do Conde, só os moradores é que têm o privilégio de cair de uma ravina...

Monday, August 17, 2009

Companheiros da Noite

Embora possam achar piada ao título, a verdade é que este é o nome de uma instituição na qual participo enquanto voluntária. Ajuda sem-abrigo e pessoas carenciadas do concelho de Vila Franca de Xira fornecendo alimentos, vestuário, aconchegos e, acima de tudo, uma palavra amiga que tão necessária é para estas pessoas.

Para além disso, somos um grupo bem disposto, que gosta de trabalhar e se mostra empenhado em dar um pouco de si para ajudar o outro.

Caso estejam interessados em conhecer melhor a Associação Companheiros da Noite, dêem um saltinho a http://companheirosnoite.blogspot.com/.

Friday, August 14, 2009

Lost in Translation

Enquanto tradutora, há algumas notícias que me despertam a atenção, principalmente quando questões aparentemente linguísticas e/ou de tradução se relevam importantes tópicos de discussão cultural.
Hoje deparei-me com uma delas. Em resumo, a notícia em questão referia-se a uma decisão de um tribunal Alemão em não punir legalmente o uso de slogans com forte conotação nazi (o que é considerado um crime neste país) desde que estes tenham sido traduzidos para outra língua. Neste caso, trata-se do uso do lema "Blood and Honour" que remete para o lema utilizado na Alemanha de Hitler "Blut und Ehre". O tribunal que decidiu não condenar o seu uso alega que a tradução das palavras representa uma alteração fundamental das mesmas.

Independentemente de concordar ou não com a decisão, devo dizer que esta me desperta as seguintes considerações lógicas:
Se a tradução visa transpor o sentido de um texto (no seu sentido mais abrangente) de uma língua para outra, então aquilo que é proibido na Alemanhã serão as palavras enquanto meros significantes, ou seja, formas ou imagens acústicas. Caso o seu sentido/conteúdo fosse de igual importância, seria igualmente punível a utilização de lemas nazis traduzidos, uma vez que, em princípio, o sentido das mesmas é mantido o mais possível na outra lingua, sendo apenas alterada a sua forma (significante/imagem acústica).

Será que uma pessoa que não domina a língua alemã (grupo em que me incluo) mas conhece e reconhece o lema "Blood and Honour" com as associações culturais implicadas pode usá-lo livremente numa viagem à Alemanha sem perigo de ser punida legalmente?

Por outro lado, se alguém tiver a infelicidade de dizer as mesmas palavras em Alemão numa frase que nada tem a ver com o contexto cultural evocado, usando-as cada uma referente ao seu conceito/significado em separado, pode ser legalmente punida?

Trata-se de uma questão complicada, na minha opinião, e que mexe não só com questões linguísticas como também culturais e de tradução. E, da forma como vejo as coisas, só me ocorrem duas hipóteses: ou a proibição não tem em conta essencialmente o sentido e as conotações culturais das palavras, o que é um absurdo visto ser essa a razão de as palvras serem proibidas em primeiro lugar, ou então assume-se aqui que a tradução não transpõe o sentido dos textos, o que é perigoso.

Alice in WordLand

Numa tradução literal, "Alice na Terra das Palavras". Porquê? Porque basta olharmos ou ouvirmos algumas com um pouco mais de atenção para percebermos como nos podem parecer intrigantes, seja qual for a razão.

As palavras não são apenas letras, são signos. Não podem existir independentemente do mundo e o mundo não pode ser pensado/dito/escrito sem elas. São significado e significante. São criadas mas também criam.

Porque dizer é dizer em palavras.